segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

JEJUM


      JEJUM, UMA ARMA PODEROSA


I. O ENSINO BÍBLICO SOBRE O JEJUM

 1. Muitas das pessoas mencionadas na Bíblia jejuaram. Dentre essas, destacam-se Moisés (Êx 34.28), Ana (l Sm 1.7), Davi (2 Sm 1.12; 12.22), a nação de Israel (Lv 23.27), Jesus (Mt 4.2), os discípulos de João Batista (Mc 2.18; Lc 5.33), Paulo (At 9.9) e tantos outros.

2. Por toda a história da Igreja, grandes homens de Deus buscaram seu poder e bênção através do jejum. Dentre esses, destacam-se Lutero, Calvino, João Knox, João Wesley, João Nelson Hyde, João Bunyan, Daniel Berg e Gunnar Vingren. Jonathan Edwards jejuou 24 horas antes de pregar o seu famoso sermão Pecadores nas mãos de um Deus irado, cuja influência é sentida ainda hoje.

3. Carlos Finney, famoso evangelista americano do começo do séc. XVIII, muitas vezes interrompia os cultos de avivamentos quando percebia que os seus ouvintes se mostravam indiferentes à sua pregação, e imediatamente proclamava um período de jejum e oração. Quando notava que Deus começava a despertar os corações, reiniciava as suas reuniões.

 II. TIPOS DE JEJUM BÍBLICO
De acordo com o estudo das Escrituras, existem pelo menos três tipos de jejum: o completo, o parcial, e o que vou chamar de propósito com jejum.

1. O jejum parcial.
Não implica em abstinência de líquidos, mas apenas de alimentos sólidos. Após o jejum de 40 dias e 40 noites no deserto, lemos que Jesus “teve fome” (Mt 4.2). Como seria fisicamente impossível uma pessoa normal jejuar por tanto tempo sem ingerir líquidos, grande número de estudiosos da Bíblia acredita que Jesus bebeu água; absteve-se apenas de alimento sólido.
2. O jejum completo.
Também chamado de jejum absoluto, consiste na abstinência de alimento sólido e líquido (At 9.9). Deve ser praticado cercado de cautela, e não pode ser muito prolongado, devido aos riscos para a saúde.
3. propósito.
 É caracterizado pelo que se come e pela frequência com que se ingere. Em primeiro lugar, o propósito significa abster-se de certos alimentos. Alguns estudiosos das Escrituras interpretam a atitude de Daniel de não comer do manjar do rei (Dn 1), como jejum. Em segundo lugar, implica em abster-se de certos alimentos durante um período de tempo.

III. A DURAÇÃO DO JEJUM
1. Na maioria das vezes, o jejum bíblico durava apenas um dia. Ia de um pôr-do-sol a outro. Isto é, a pessoa não comia algo desde o anoitecer até o fim da tarde do dia seguinte. Só então ela podia ingerir algum tipo de alimento (Jz 20.26; l Sm 14.24; 2 Sm 1.12; 3.35).
Apenas Moisés, Elias e o Senhor Jesus são indicados na Bíblia como os que jejuaram 40 dias seguidos.

2. Independentemente de qualquer determinação normativa quanto à duração do jejum, o interessante é que cada um busque a orientação divina neste sentido.

IV. OS PERIGOS DO JEJUM

Talvez lhe cause estranheza a afirmação de que existem alguns perigos na prática indiscriminada do jejum.
Talvez seja por isso que a Bíblia não tenha um mandamento explícito com respeito à melhor ocasião para o jejum e a duração dele. Dentre os principais perigos que cercam a sua prática, destacam-se os seguintes:

1. Perigos de natureza física, quando praticado abusivamente e sem orientação específica.

2. Jejum sem oração é mera privação de alimento, e não terá qualquer valor perante Deus.

 3. Um dos grandes perigos do jejum é o problema da hipocrisia que às vezes cerca essa questão (Mt 6.16; Lc 18.12).

4. O legalismo é outro grande perigo relacionado com o jejum.

• A credibilidade do jejum não está na abstinência pura e simples de alimentos, mas na sinceridade da pessoa que manifesta sua fé, ao privar-se de alimentos.
O fato de algumas pessoas o praticarem apenas por legalismo, não invalida o jejum. Quando alguém crê que Deus será louvado pela consagração de seu corpo pelo tempo passado em oração e pela abstinência de alimentos, seu jejum torna-se um ato de fé.


V. POR QUE JEJUAR?

O jejum distingue-se da greve de fome, cujo propósito é adquirir poder político ou atrair a atenção para uma boa causa.
Distingue-se também da dieta de saúde, que acentua a abstinência de alimento para propósitos físicos e não espirituais.

1. Devemos jejuar pela nossa nação.
É público e notório que a nossa pátria vive uma crise política, social e espiritual sem precedente.
 Os meios de comunicação de massa transformam os lares brasileiros em verdadeiras lixeiras, com suas programações recheadas pelo feiticismo, espiritismo e demais formas de ocultismo, que têm feito do Brasil um centro de ação das forças do Inferno. Urge, pois, jejuarmos e orarmos a Deus e pedir que Ele sare a nossa nação (2 Cr 7.14).

• Quando um número suficiente de pessoas entende corretamente do que se trata, as convocações nacionais à oração e jejum podem ter resultados benéficos. Em 1756 o rei da Inglaterra convocou um dia solene de oração e jejum por causa da ameaça de invasão por parte dos franceses. João Wesley registrou este fato em seu diário, no dia 6 de fevereiro: “O dia de jejum foi um dia glorioso, tal como Londres raramente tem visto desde a Restauração. Cada igreja na cidade estava mais do que lotada, e uma solene gravidade estampa-se em cada rosto. Certamente Deus ouve a oração, e haverá um alongamento da nossa tranquilidade”.

 • Em uma nota ao pé da página, Wesley escreveu: “A humildade transformou-se em regozijo nacional e a ameaça da invasão francesa foi impedida”.

 2. Devemos jejuar pelos nossos próprios problemas.
Certamente a Igreja no Brasil perdeu muito da força do seu testemunho. A sua presença hoje quase não é notada como uma influência positiva junto à comunidade da qual é parte.
É o sal que perde o seu sabor e é pisado pêlos homens (Mt 5.13).
Por que isso acontece?
Devido à ausência do poder espiritual na vida do cristão como indivíduo.

 • Deveríamos agir como Daniel que, quando se achava diante de obstáculos espirituais aparentemente intransponíveis, jejuava e orava (Dn 10.2,3).
 Por isso o Senhor atendia-lhe a petição (Dn 10.12).

• O jejum disciplina o corpo e torna-o um instrumento útil para Deus e seu serviço na Terra (l Co 9.27). Quando jejuamos, afirmamos que o estômago não é o nosso deus (Fp 3.19).

 3. Devemos jejuar em tempos de aflição.
 Israel fez isso muitas vezes.
Jejuou face a uma iminente guerra com os benjamitas (Jz 20.26), bem como antes duma terrível batalha contra os filisteus (l Sm 7.6). Na sua aflição, quando em busca de um filho, Ana “chorava e não comia” (l Sm 1.7).
Davi demonstrou a sua intensa dor face à trágica morte de Abner, pelo jejum (2 Sm 3.32-35).

 • Evitemos jejuar na aflição apenas como forma de dar atestado de compaixão por nós mesmos.
O mérito do jejum em período de grande aflição consiste em que ele fere de morte o ego, torna a nossa oração mais eficaz e aciona o livramento divino.

 4. Devemos jejuar antes de tomarmos grandes decisões.
Antes de começar o seu ministério público, Jesus jejuou 40 dias e 40 noites (Mt 4.2). O envio de Saulo e Barnabé como missionários da igreja em Antioquia, foi precedido dum período de jejum e oração (At 13.2).

 • Quando jejuamos antes de tomarmos grandes decisões, testificamos das nossas limitações pessoais, bem como demonstramos a nossa firme decisão de confiar nas possibilidades e promessas de Deus.
Esta é uma forma humilde e dependente de chamar o Senhor a intervir em nosso favor.

5. Devemos jejuar na esperança da vinda de Cristo.
Face à pergunta dos discípulos de João Batista: “Por que jejuamos nós e os fariseus muitas vezes, e os teus discípulos não jejuam?”, Jesus respondeu: “Podem porventura andar tristes os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles?
Dias, porém, virão em que lhe será tirado o esposo e então jejuarão” (Mt 9.14,15). Noutras palavras: enquanto Jesus estivesse com os seus discípulos, era compreensível que
eles não jejuassem; porém, tão logo Ele (o esposo) voltasse ao Céu, os seus discípulos jejuariam.

• A mais natural interpretação dos dias em que os discípulos de Jesus jejuariam é a presente época da Igreja, especialmente à luz de sua intrincada conexão com a afirmativa de Cristo sobre os novos odres do Reino de Deus, que vem logo em seguida (Mt 9.16-18).
Arthur Willis argumenta que Cristo se refere ao momento presente da Igreja, e não apenas ao período de três dias antes de sua morte e ressurreição.
Ele conclui seu argumento com estas palavras: “Somos, portanto, compelidos a relacionar os dias de sua ausência com o período desta época, desde o tempo em que Ele ascendeu ao Pai até que volte do Céu. Foi assim, evidentemente, que os apóstolos entenderam suas palavras, pois somente após a sua ascensão ao Pai é que lemos que eles jejuaram (At 13.2,3).
Antes do Noivo deixar a Igreja, Ele prometeu que voltaria de novo para recebê-la.
Ela ainda aguarda o grito da meia-noite: ‘Eis o noivo! Saí ao seu encontro’ (Mt 25.6). Esta época da Igreja foi que nosso Mestre se referiu quando disse: ‘e nesses dias hão de jejuar’. O tempo é agora!”

 • Contemporâneos dessa ausência física temporária do Esposo, devemos jejuar na esperança e na expectativa de sua manifestação triunfal, orando ansiosamente: “Vem depressa, amado meu…” (Ct 8.14). “O Espírito e a esposa dizem: Vem…” (Ap 22.17).

 6. Devemos jejuar pelo fortalecimento espiritual.
Certa vez o Senhor Jesus chamou a atenção de seus discipulos, de que certas castas de demônios só sairiam com jejum e oração (Mt 17:14-21).
O jejum te faz ficar na dependência completa de Deus.


VI. COMO JEJUAR?

Já dissemos que jejuar é muito mais que abster-se de alimentos. O Antigo Testamento define-o como “afligir a alma” (Is 58.3).
Desse modo, para que o jejum tenha algum valor perante Deus, é necessário que tenha um objetivo espiritual específico.
Quanto à maneira correta de jejuar, atente para as seguintes recomendações práticas, algumas extraídas do ensino do próprio Senhor Jesus.

 1. Determine previamente o tempo de duração do jejum.
Não é bom iniciá-lo sem a decisão prévia quanto ao tempo de duração. Para o crente que não tem o costume de jejuar, o melhor é começá-lo em espaços menores, e aumentar o tempo de duração à medida que tenha experiência no jejum.

2. Comece abstendo-se de alimentos apenas sólidos.
Já mostramos o risco do corpo permanecer por muito tempo sem ingerir líquidos, principalmente nas primeiras experiências do jejum. Porém, à medida que você adquire o hábito de jejuar, deve abster-se de líquido também.

3. Planeje algum tempo de oração durante o jejum.
Como dificilmente podemos nos dar à meditação e à oração enquanto trabalhamos, seria pouco recomendável jejuar durante o exercício de nossas atividades diárias.
Jejum e oração estão interligados.

 4. Dê lugar ao arrependimento no seu coração.
 Em Davi temos o exemplo de um homem humilde diante de Deus.
Ele mesmo diz: “Chorei, em jejum está a minha alma, e isso se me tornou em afrontas” (SI 69.10).
O jejum que não torna o nosso coração manso e humilde, acessível ao arrependimento, tem menos valor que uma greve de fome.

 5. Escolha alguns versículos bíblicos para meditação.
Dentre outros, o jejum tem a propriedade de aprofundar a meditação. Portanto, nada melhor para meditar do que na Palavra de Deus. Devemos meditar nos versículos que se tornam ponto de apoio para nossas petições durante o jejum.

6. Jejue com um propósito específico.
Ester e as suas companheiras jejuaram para que os filhos de Israel fossem poupados da tirania de Hamã (Et 4.16,17).
Jesus jejuou 40 dias e 40 noites com o propósito de vencer o adversário e inaugurar o seu ministério terreno de forma triunfal (Lc 4.1-21).
 De igual modo nós devemos ter um propósito especificamente em mente ao tomarmos a decisão de jejuar.

7. Jejue com uma atitude de perdão.
Ira, amargura, ciúme, discórdia e medo – se estiverem dentro de nós, aflorarão durante o jejum.
A princípio racionalizaremos que a ira é devido à fome; depois descobriremos que estamos irados por causa do espírito de ira e a ausência duma atitude de perdão, que há dentro de nós.

8. Jejue, não como os hipócritas (Mt 6.16).
Como jejuam os hipócritas?
Nos dias de Jesus eles o praticavam contristados, com rostos desfigurados, como forma de dar a entender aos homens que jejuavam. Uma prática frequente dos fariseus era jejuar nas segundas e quintas-feiras, porque estes eram os dias de mercado e assim haveria maior audiência para ver e admirar a piedade deles.

9. Jejue divorciado da falsa piedade (Mt 6.17,18).
Ao contrário dos fariseus hipócritas que revestidos duma piedade superficial jejuavam para chamar a atenção dos homens, Jesus recomenda-nos:
“Porém tu, quando jejuares, unge a tua cabeça e lava o teu rosto. Para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em oculto; e teu Pai, que vê em oculto, te recompensará” (Mt 6.17,18).

sábado, 12 de janeiro de 2019

A um passo da queda



                               A um passo da queda

Salmos 73:01-02

O Salmo 73 feito por Asafe, um ministro de adoração, fala que embora Asafe fosse um servo de Deus com maturidade, houve um período em que ele mesmo descreve que "quase seus pés se desviaram".
Eu gostaria de nesse estudo analisar esse salmo e tentarmos entender o que pode fazer um cristão tropeçar, e o que pode restaurar sua firmeza em Deus.

01) Vs 03 - A INVEJA E A COBIÇA PODEM ENFRAQUECER UM HOMEM DE DEUS

Asafe confessa que ele começou a olhar aquilo que o impio vinha conquistando, e isso lhe causou uma certa inveja.
Vemos aqui algo terrível para a vida de um cristão, pois pode leva-lo a viver uma vida amarga, e o que é pior, pode levá-lo a questionar a justiça de Deus.
E com isso deixarmos de priorizar aquilo que é mais importante para todos nós que nossa vida espiritual, achando assim que o que move nossa caminha é correr atrás de riquezas nesse mundo.

"Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.
Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores."



2) Vs 04 e 09 - A VISÃO MATERIALISTA ABRE BRECHA PARA UM ESPÍRITO DE ENGANO

Ao deixar seu coração olhar apenas para o exterior de uma vida sem Deus, Asafe passou a enxergar errôneamente.
Passou a ter uma visão errada de que o dinheiro fosse o suficiente para trazer paz, prosperidade ou felicidade.
"Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores."
I tm 06:10
E só depois de algum tempo ele caiu em si e se deu conta de que na verdade, as riquezas sem Deus são um laço que prende as pessoas e as levam para o inferno.
Vejam nos vs 18-20.


3) Vs 13-14 – O IMEDIATISMO PODE NOS LEVARA ABRIR MÃO DE UMA VIDA DE SANTIDADE

Mergulhado em sua crise, Asafe chegou a conclusão que não valia a pena ser um homem santo e honesto.
Infelizmente isso acontece com muitos cristãos nos dias atuais.
Ao retirarmos nossos olhos D’Aquele que é Santo e olharmos para pessoas que ganham dinheiro, que prosperam no que fazem, mentindo, roubando não somente aos homens mas também negligenciando seus dízimos, e sonegando impostos abrimos mão da fidelidade a Deus e passamos a agir como os ímpios.


4) Vs 16 - SER QUESTIONADOR E QUERER ENTENDER TUDO SÓ TRARÁ CONFUSÃO A NOSSA ALMA

Asafe ficou perturbado porque ele queria um explicação para tudo que acontecia ao seu redor.
Essa é na verdade uma atitude arrogância para com Deus, quando achamos que Ele tem que nos dar satisfação de tudo o que o faz, enos esquecemos de Deus é Soberano.

“As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.

Deuteronômio 29:29



5) Vs 17,18 e 28 – SÓ SOMOS LIVRES DESSE TIPO DE CRISE, QUANDO ENTRAMOS NA PRESENÇA DO SENHOR, E VOLTAMOS A CONFIAR N’ELE

Asafe só voltou a enxergar as coisas de maneira correta, quando entrou no Santuário de Deus, ou seja, quando buscou a face do Senhor.
Só aí, ele viu que o aparente sucesso dos que não servem a Deus, é temporário e enganador.



CONCLUSÃO:

A conclusão final de Asafe, foi que o sucesso sem uma vida com Deus, é uma ilusão, não traz felicidades e o pior, seu fim é desastroso.
Ninguém é realmente feliz sem ter Jesus Cristo em sua vida.
E para isso precisamos invoca-lo, convidá-lo, para fazer parte de nossa história e podermos estar debaixo da aliança que Deus nos deixou.
Que é graça, manifesta através do Seu filho Jesus.
E